Mitski, gratidão e aprendizado

Há dois anos, eu comecei a escutar as músicas de quem viria a ser minha cantora favorita. Dizem por aí que as pessoas que passam pelas nossas vidas nos marcam, positiva ou negativamente, e deixam-nos um legado. Hoje, percebo que… nossa! Quanta coisa já aconteceu desde que conheci a Mitski.
É difícil para um artista, atualmente, conseguir reconhecimento evitando plataformas como Tiktok e Instagram – e ela até usou-as muito bem. Ao lançar o seu álbum “Be The Cowboy” (meu favorito, diga-se de passagem), conseguiu alcançar números astronômicos, sobretudo na música “Washing Machine Heart”, os quais só devem ser ultrapassados futuramente pelo seu novo hit, “My Love Mine All Mine”.
Mas, sinceramente, não estou aqui para falar de dados. A Mitski “me acompanhou” em várias fases da minha vida nas quais eu precisava extravasar ou simplesmente relaxar e, até hoje, escuto as músicas dela para descansar depois de um dia estressante. Até o costume de ouvir melodias, que eu não havia antes, deve-se muito a ela.
Mesmo assim, não costumo escutar as suas canções em grupo. Seja pela sensação que elas trazem, seja pelas letras: parte da experiência de escutá-las está na identificação. Mitski disserta sobre diversos conflitos que envolvem, principalmente, nossos relacionamentos e como nos enxergamos em relação a eles. É aquele sofrimento que te faz sentir abraçado por ter passado por situações parecidas e perceber que outra pessoa também passou por elas. Mesmo para quem não se encontra em suas letras, não deixa de compreender e ter empatia pelas situações ali descritas.
Ela “estava aqui” quando terminei um relacionamento íntimo; quando eu voltei a me relacionar com o mundo depois de uma amedrontadora pandemia; quando eu reaprendi a socializar; quando eu chorei e sorri; quando eu entrei e saí do teatro; quando eu fiz quatorze, quinze anos; quando eu terminei um ciclo para iniciar outro (e nessa eu consigo citar várias situações): eu, apesar de tudo o que ocorreu, só tenho gratidão. O melhor que pude fazer foi não ter tido remorso, mas gratidão pela vida ter me proporcionado uma artista tão marcante na minha trajetória – ao ponto de fazer um texto sobre.

Publicado originalmente em 27/12/2023

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